Uma abordagem sobre o avivamento,
vendo-o sob os ângulos bíblico
e histórico
vendo-o sob os ângulos bíblico
e histórico
O palpitante e amplo assunto do avivamento
pode ser abordado sob os ângulos bíblico e histórico. Na forma bíblica,
observamos, através dos relatos contidos no Antigo Testamento, em especial
nos livros de Esdras, Neemias e Crônicas.
Na forma histórica, vemos o
avivamento nos movimentos do Espírito Santo na história da Igreja.
Apreciemos com mais detalhes o avivamento sob seu ângulo histórico.
O
Espírito Santo
é dominante no ministério
é dominante no ministério
Tive a oportunidade de estar em um dos
encontros promovidos pelo movimento “Os puritanos”. Ouvi um crente muito
piedoso orar por avivamento, usando a seguinte expressão:
“Oh!
Deus, tenho saudade do que nunca conheci. Dá-me avivamento!”.
Este desejo pela presença viva de Deus no meio
de seu povo é a tônica da oração por avivamento.
Na história da Igreja, um dos mais influentes
avivalistas foi Jonathan Edwards (1703-1758). O Dr. Martyn Lloyd-Jones
escreveu um livro sobre esse avivalista, onde aprendemos um pouco de sua
história.
Tinha mente muito curiosa e ativa. Era um pregador de estilo
direto e vivo. E livre daquilo que se pode denominar “escolasticismo”.
O elemento do Espírito Santo era dominante em
seu ministério. Acreditava numa direta e imediata influência do Espírito
Santo e numa conversão súbita e dramática. Calvinista e congregacionalista.
Opunha-se ao hipercalvinismo e, igualmente, se opunha ao arminianismo.
A parceria entre Deus e o homem
Este equilíbrio em seu ensino e em sua posição
é demonstrado na seguinte afirmação:
“Na graça eficaz não somos
meramente passivos, nem ainda Deus faz um pouco e nós fazemos o restante.
Mas Deus faz tudo, e nós fazemos tudo. Deus produz tudo, e nós agimos em
tudo. Pois é isso que Ele produz, isto é, os nossos atos.
Deus é o único
verdadeiro autor e a única verdadeira fonte; nós somos tão-somente os
verdadeiros agentes. Somos, em diferentes aspectos, totalmente passivos e
totalmente ativos”.
Edwards era um grande defensor da conversão
das crianças e dava grande atenção a elas. Permitia até que tivessem suas
próprias reuniões. Dava grande ênfase aos elementos morais e éticos da fé e
vida cristã. Ele entrou em cena depois de um período de considerável falta
de vida nas Igrejas.
Um dos ministros daquele tempo descreve a
época imediatamente anterior ao avivamento: “Mas que época morta e
estéril tem sido a atual.
As chuvas de ouro foram retidas; as influências do
Espírito foram suspensas; e a consequência foi que o evangelho não teve
nenhum sucesso eminente.
As conversões têm sido raras e duvidosas; poucos
filhos e filhas têm nascido de Deus, e os corações dos cristãos já não são
tão cheios de vida, calor e vigor sob as ordenanças como eram. Esse tem
sido o triste estado da religião entre nós nesta terra, por muitos anos”.
Nesta época havia raras igrejas cheias de vida
espiritual. A Igreja estava em condição de inanição. Todavia aconteceu algo
novo. Após a seca, chuvas abundantes; a vida começou a manifestar-se mais
uma vez. O avivamento afetou positivamente a vida da América de modo
profundo durante pelo menos 100 anos e, de fato, até hoje.
O famoso sermão de Edwards “Pecadores nas Mãos
de um Deus Irado” tem sido muito comentado. Este famoso sermão foi
proclamado não no estilo de um pregador bombástico e sim de um fiel ministro
que expõe a palavra de Deus.
Lendo-o, vemos que era puro argumento com as
palavras das Escrituras. Não era o que Edwards dizia; era o que as
Escrituras diziam. E ele achava que era seu dever advertir às pessoas.
Alguns o criticam outros o admiram.
Edwards cria que a Bíblia diz coisas terríveis
sobre quem morre em seus pecados. Um dos segredos deste homem é que o
espiritual dominava o intelectual. Ele foi preeminentemente um pregador,
evangelista e mestre.
Um
homem de Deus
tem experiências para testemunhar
tem experiências para testemunhar
Edwards pregava que a religião é algo
essencialmente experimental, prático. Um encontro existencial com Deus. Isto
fica claro no famoso relato que faz de uma experiência que teve:
“Uma vez, quando cavalgava nas matas pela minha saúde, em 1737, tendo apeado
do meu cavalo num lugar retirado, como tem sido o meu costume comumente,
para buscar contemplação divina e oração, tive uma visão, para mim
extraordinária, da glória do Filho de Deus, como Mediador entre Deus e o
homem, e a sua Maravilhosa, grande, plena, pura e suave graça e amor, e o
Seu terno e gentil amparo. Esta graça que parecia tão calma e suave parecia
também grande, acima dos céus.
A Pessoa de Cristo parecia inefavelmente
excelente, com uma excelência bastante grande para absorver todo o
pensamento e concepção o que continuou, quanto posso julgar, cerca de uma
hora; o que me manteve a maior parte do tempo num mar de lágrimas, e
chorando em voz alta. Senti uma ardência na alma, anseio por seu ser, o que
não sei expressar doutro modo, esvaziado e aniquilado; jazer no pó e
encher-me unicamente de Cristo; amá-lo com amor santo e puro;
confiar nele;
viver dele; servi-lo e segui-lo; e ser perfeitamente santificado e tornado
puro, com uma pureza divina e celestial. Várias outras vezes tive visões da
mesma natureza, as quais tiveram os mesmos efeitos.”
“Tendo tido muitas vezes uma percepção da glória da terceira Pessoa da
Trindade, e do Seu ofício como santificador; em suas Santas operações,
comunicando luz e vida divina à alma. Deus, nas comunicações do Seu Santo
Espírito, tem parecido uma infinita fonte de divina glória e dulçor; estando
cheio e sendo suficiente para encher e satisfazer a alma; derramando-se em
secretas comunicações; como o sol em sua glória, difundindo suave e
agradável luz e vida.
E às vezes eu tenho uma comovente percepção da
excelência da palavra de Deus como palavra da vida; como a luz da vida; uma
suave, excelente palavra que dá vida; acompanhada de uma sede dessa palavra,
para que ela habite ricamente em meu coração” (Martin Lloyd-Jones.
Jonathan Edwards e a crucial importância de avivamento. pp. 15 e 16). Isso é avivamento.
Conclusão
A IPRB nasceu de avivamento. Desejosa de
avivamento, cresceu no avivamento. E a Igreja Renovada está sempre se
renovando, sempre se avivando. Que esse seja o nosso perene lema. A Palavra
de Deus e a história corroboram a oração de Habacuque:
“Deus
renova seu povo no meio dos anos”.
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