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sábado, 7 de maio de 2016

4 irmãs alugam ventres a casais gays como negócio familiar

Imagem referencial. Foto: Flickr Inorganica (CC-BY-2.0).


A barriga de aluguel é um negócio em alta, uma indústria muito pouco regulada onde os médicos ilegais, políticos subornados, abortos forçados e batalhas legais pela guarda dos bebês são algo habitual.
Embora se esteja tentando parar com o tráfico infantil de crianças geradas por barriga de aluguel, países como o México encontraram muitas dificuldades para detê-lo porque o negócio se assentou nos bairros mais pobres das periferias, onde reina o ‘boca a boca’ e onde todo mundo se cala.
A localidade de Tabasco é famosa por ser ‘a fábrica de bebês estrangeiros’, dinheiro fácil para as mulheres e ‘bebês capricho’ para estrangeiros de todo o mundo. Sobre isso sabem muito bem as irmãs Hernández, mexicanas de nascimento e, de profissão, alugadoras de seu ventre. Sua vida gira em torno de colocar seus corpos à disposição para, nove meses depois e mediante uma quantia em dinheiro, entregar os bebês a casais homossexuais europeus.
Milagros tem 32 anos; Martha, 30; Maria, conta 27 primaveras; e Paulina, completou 22. Entre as quatro, já deram à luz um total de 10 filhos que venderam por dinheiro, conforme publicou Daily Mail, que entrevistou as quatro irmãs. Cobram até 14.000 dólares (12.169 euros) por cada nascimento.
A irmã mais velha, Milagros, foi quem se deparou primeiro com o negócio graças ao ‘boca a boca’. “Aqui tudo se faz assim. Alguém que conhece alguém te avisa… Não são assinados papéis de nenhum tipo, é tudo de palavra”, assegura.
Milagros aceitou alugar seu ventre por uma questão meramente prática: não tinha recursos suficientes para manter suas irmãs nem seus três filhos, cada um de um pai diferente. “A diversão do sexo é a única coisa que falta à experiência de ser mãe de aluguel, mas o dinheiro é o dinheiro”, acrescenta.
“Sendo uma jovem mãe solteira em um ambiente pobre, as opções de trabalho são de garçonete ou prostituta. Por isso, prefiro ganhar dinheiro ficando grávida”, gaba-se Milagros, com uma frieza notável.
Depois de entregar o primeiro bebê, recebeu 11.000 dólares em mão (dinheiro negro) e voltou para sua casa acreditando ser uma “empresaria de êxito”. Foi assim que suas irmãs decidiram seguir seus passos.
A seguinte foi Maria que, com outros três filhos biológicos para manter, embolsou 10.000 dólares vendendo um menino a um solteiro homossexual de nacionalidade francesa.
Maria, de 27 anos, que está grávida de sete meses de um “cliente” americano, já está em contato com os próximos pais adotivos, um casal holandês. “Eles me asseguraram que me manterão durante a gestação, mas não querem que meu nome apareça em nenhum certificado clínico. Assim, já o arrumamos tudo. Depois de cinco meses de dar à luz, farei nova inseminação para os holandeses, isto é assim, um negócio”.

“Separar-se emocionalmente da gestação”
Por sua parte, Martha condena a emoção de suas irmãs. “É preciso separar-se emocionalmente da gestação”, diz, embora pareça que lhe custa seguir seu próprio conselho, porque durante sua entrevista mostra as fotos de seu primeiro bebê de aluguel.
“Seu pai adotivo me envia fotos da menina através do Facebook e espero que siga sendo assim”.
Ao contrário de suas irmãs que tinham filhos biológicos antes de começar a vender bebês, Martha não tinha sido mãe até que este pai solteiro a contratou.
Martha diz que foi difícil separar-se dos bebês, mas afirma ter a capacidade de calar sua consciência: “Também penso que é dinheiro, é o negócio e já está, a primeira vez é difícil, mas as seguintes é o mesmo procedimento”.
Estas mulheres estão imersas em um negócio que aporta ao México 90 milhões de dólares por ano. A grande maioria do dinheiro chega às agências que podem ganhar até 48.000 dólares por serviço e só pagar às mulheres 10.000 dólares.
O paradeiro do restante do dinheiro é desconhecido.

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