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quinta-feira, 12 de maio de 2016

Dinheiro arrecadado na EXPO Milão 2015 irá para refugiados iraquianos


Por desejo do Papa Francisco, a Santa Sé destinará os 150.000 dólares arrecadados em seu pavilhão da EXPO Milão 2015 a um projeto a fim de gerar emprego para milhares de refugiados iraquianos na Jordânia. Esta doação será entregue pelo Sub-secretário do Pontifício Conselho Cor Unum, Dom Tejado Muñoz.
O projeto se chama “Criação de emprego para os iraquianos deslocados na Jordânia” e será organizado pela Cáritas Jordânia no Centro da Santa Maria da Paz em Amã. Dom Tejado estará na capital jordana entre os dias 11 e 13 de maio. O projeto será inaugurado na quinta-feira, 12 de maio.
Em declarações ao Grupo ACI, Dom Tejado relatou os detalhes desta visita à Jordânia e da doação do Papa Francisco. “Vou à Jordânia, à capital Amã, primeiramente para visitar os refugiados que estão ali, com o Núncio do país e a Caritas local”, explicou.
“Como missão levo um valor arrecadado na Exposição Universal de Milão. No pavilhão da Santa Sé havia uma urna grande para colocar doações a fim de iniciar um projeto com estes refugiados. Recolhemos esta grande quantidade de dinheiro e entre o Pontifício Conselho da Cultura – encarregado do pavilhão do Vaticano na Expo – e nós, levo a arrecadação para empregar as famílias de refugiados que moram lá há algum tempo e necessitam de uma dignidade em sua forma de vida”, assinalou.
“Não devem viver sempre da caridade. Eles pedem para ter um pequeno trabalho, algo através do qual possam trabalhar e não estar ociosos”, contou Dom Tejado.
A respeito do projeto, indica que “a Caritas Jordânia o criou sobretudo para oferecer trabalho aos pais de família”. Trata-se de “um projeto de produção de pequenos produtos alimentares, como por exemplo azeitonas… é uma pequena empresa dedicada a produzir pequenas coisas”, detalhou.
Além disso, “o projeto está pensado para que tenha um futuro, para organizar esta pequena empresa. Estamos em contato para exportar os produtos e que seja sustentável a fim de que não se perca pelo caminho”.
Na sua opinião, a ajuda que leva à Jordânia “é uma gota de água em um oceano, porque os refugiados têm muitos problemas, mas fazemos tudo o que puder ser feito”.
“Mais do que um grande projeto é a presença que o Papa deseja ter entre estas pessoas: levamos sinais do amor do Papa e de toda a Igreja pelos que sofrem”.
Acerca do procedimento que seguem, Dom Tejado explicou: “Sempre informamos ao Papa destas atividades e sempre nos manda uma mensagem a estas pessoas. Nós a levamos e entregamos em seu nome”.
“Eles acolhem a ajuda com muita alegria e agradecimento. Estivemos no Haiti, no Japão depois do tsunami… quando acontece algum desastre, Cor Unum sempre leva uma ajuda. Também sempre iniciamos algum projeto. Depois da primeira emergência que recebem muitas ajudas das ONGs e associações, nós iniciamos um projeto de reconstrução”.
“No Haiti construímos uma escola muito grande, em Filipinas um centro para gente pobre, idosos e doentes. Sempre tentamos estabelecer algo como sinal da ajuda do Santo Padre”, recordou.
O Sub-Secretário acredita que “os católicos continuam sendo muito generosos”. “Eu viajo muito e por onde vou não encontro partidos políticos nem outras coisas, mas a Igreja. Por exemplo, em Filipinas com o tufão, no Haiti com o terremoto… a Igreja sempre está presente. São Paulo diz que por cima de tudo está a caridade e essa é a nossa bandeira, a da Igreja, porque sem ela não somos nada”.

Milhares de refugiados
A Jordânia é um dos principais países que acolhe os refugiados. Do total, 130.000 pessoas são iraquianas (quase 1,3% da população) e 1 milhão 300 mil são sírios.
O diretor da Caritas Jordânia, Wael Suleiman, explicou que “o projeto do Pontifício Conselho Cor Unum servirá para assegurar um trabalho regularmente retribuído a 15 refugiados iraquianos. Serão beneficiados os relativos núcleos familiares, até que consigam se autossustentar”.
Além disso, “a iniciativa favorecerá um percurso de formação profissional em carpintaria, agricultura e indústria alimentar para cerca de 200 iraquianos e, graças ao emprego de trabalhadores ocasionais, serão ajudados outros 500 iraquianos por ano”.

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