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quinta-feira, 5 de maio de 2016
O dom da maternidade e sua missão
O amor, que fundamenta toda a vida familiar, manifesta-se de modo especial nas mães. A comemoração do Dia das Mães, celebrado com tanto carinho em nossas famílias, nos dá a ocasião para refletirmos sobre o dom da maternidade. Colho algumas belas reflexões do Papa Francisco na Exortação Apostólica “sobre o amor na família”.
A maternidade é uma participação no mistério da criação de Deus. Assim diz o salmista: “O Senhor me teceu no seio de minha mãe.” (Sl 139,13). Cada nova vida é um projeto eterno de Deus Pai, do qual a mãe é colaboradora (cf. AL 168). Por isso, a vida que nasce deve ser esperada e acolhida.
“O amor dos pais é instrumento do amor de Deus Pai, que espera com ternura o nascimento de cada criança, aceita-a incondicionalmente e acolhe-a gratuitamente.” (AL 170). O filho que chega é amado gratuitamente, unicamente por ser filho, “não porque é bonito ou porque deste modo ou daquele, mas porque filho”. (AL 170). A maternidade é sempre fonte de muita alegria para a mãe. “Nada te tire a alegria interior da maternidade. Tua criança merece a tua alegria” (AL 170), diz o Papa.
Desde cedo, as crianças aprendem que o fundamento da vida humana é o amor, que experimentam na acolhida, no olhar, no sorriso e em todos os gestos maternos e paternos. “Toda a criança tem o direito a receber o amor de uma mãe e de um pai, ambos necessários para seu amadurecimento íntegro e harmonioso.” (AL 172).
Não somente o amor de ambos, separadamente, mas o amor do casal, “como ninho acolhedor e fundamento da família”. (AL 172). A mãe testemunha aos filhos a beleza da vida. Com sua ternura e compaixão, ajuda o filho a ter confiança, a experimentar o mundo que o acolhe como um lugar bom. Ajuda-o a desenvolver uma sadia autoestima. (cf. AL 175).
Certamente, uma das missões mais delicadas da mãe e do pai é a educação. O Santo Padre, na Exortação Apostólica “sobre o amor na família”, diz que “trata-se mais de gerar processos que de dominar espaços.” (AL 261). A delicada missão de educar deve gerar no filho processos de amadurecimento da sua liberdade. Mais importante do que se perguntar,a todo momento, onde está o filho, é perguntar-se “onde está realmente a sua alma?” (AL 261), isto é, onde estão suas convicções, seus valores, seu projeto de vida.
Outro ponto importante, apresentado pelo Papa, na educação familiar é “educar para a capacidade de esperar”. (AL 275). Quando as crianças não são educadas para o sentido da espera, para o tempo certo, tornam-se egoístas e prepotentes. Querem “tudo e imediatamente.”
A mãe é, ainda, a primeira responsável pela educação e transmissão da fé. A fé é um dom recebido no batismo, mas precisa da colaboração dos pais para seu desenvolvimento. “Por isso, é bonito quando as mães ensinam os filhos pequenos a enviar um beijo a Jesus ou a Nossa Senhora. Quanta ternura há nisto! Naquele momento, o coração das crianças transforma-se em lugar de oração.” (AL 287). É claro, que a educação da fé se dá, sobretudo, pelo testemunho. Os filhos esperam ver nos pais que a fé e a oração são importantes.
Por isso, neste dia, faço minhas as palavras do Santo Padre: “Queridas mães, obrigado, obrigado por aquilo que sois na família e pelo que dais à Igreja e ao mundo.” (AL 176).
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