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sexta-feira, 6 de maio de 2016
Testemunhos que comoveram o Papa na vigília das lágrimas
O Papa Francisco presidiu hoje na Basílica São Pedro a Vigília de oração “para enxugar as lágrimas” no qual escutou vários intensos testemunhos que o comoveram.
O primeiro testemunho foi o de uma família italiana de Salerno formada por Giovanna, de 48 anos, casada com Domenico desde 1995. Eles têm dois filhos, Rafaele e Chiara. Há algum tempo e quando tinha apenas 15 anos, Antonio, seu filho mais velho se suicidou.
Giovanna compartilhou o sofrimento que isto lhe causou: “Antonio também me colocou em sua tumba, minha vida, minha mente, minha alma. Nesse terrível momento somente me restava o amor de Deus… minha existência. Ele secou todas as minhas lágrimas e me fortaleceu. Este amor fez com que não me destruísse”.
Rafaele, que tinha apenas 9 anos quando ocorreu a tragédia, disse que nesse momento “me senti perdido, abandonado. Tinha muita raiva, sobretudo contra Deus, porque não podia encontrar uma razão para o suicídio do meu irmão”. Logo se afastou da Igreja, mas pouco a pouco voltou para a fé com a ajuda de seus pais.
Por sua parte, o pai, Domenico, recordou que no dia do funeral de Antonio “me sentia arrasado, confuso…. Onde foi que eu errei? Como pai, como esposo, como cristão me sentia péssimo”.
Um dia, em uma igreja, continuou, alguém que passou pela mesma experiência com uma filha o abraçou. “Nesse momento senti verdadeiramente que esse abraço vinha do céu, que era o consolo de Deus para que eu renovasse minha confiança na presença de Deus, para me abraçar a sua misericórdia”, relatou.
O segundo testemunho foi do paquistanês Kaizer Felix, que estava acompanhado pela sua família. Quando vivia a realidade da minoria católica, foi vítima “da violência brutal e da perseguição que promove a lei de blasfêmia”.
A lei de Blasfêmia no Paquistão agrupa várias normas contidas no Código Penal inspiradas diretamente na Sharia – lei religiosa muçulmana – para sancionar qualquer ofensa de palavra ou obra contra Alá, Maomé ou o Corão, pode chegar até a pena de morte. A lei é usada com frequência para perseguir a minoria cristã.
Por seu trabalho, Felix recebeu um prêmio em 2007 e foi considerado “uma ameaça para o Islã”. Quando pediu o apoio da polícia, ninguém o ajudou e finalmente teve que fugir, mudando-se para Roma, onde pouco a pouco vai construindo o seu futuro.
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