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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Jó - Falência Total



Meu amigo está morrendo. Antes, um próspero comerciante, trabalhava com madeiras, conhecia muita gente, tinha um bom carro e apartamento na praia, vestia-se bem. A esposa era professora. Os filhos, nos melhores cursinhos e na universidade.

De repente, veio a adversidade. Médicos, consultas, exames. E mais a virada na Economia do país. Desânimo, os amigos sumiram. A firma foi fechada. O genro não pôde socorrer porque também estava com problemas. Os filhos, morando distante, pouco se importam com o velho pai.
***
Esse quadro talvez possa ser multiplicado por mil. Você até pode dizer: conheço esse homem. Foi mais ou menos assim que aconteceu com Jó. Pouco sabemos sobre Jó. Viveu ao mesmo tempo dos patriarcas bíblicos. Morava na terra de Uz. 

Era muito rico, o maior fazendeiro do Oriente. Possuía em suas várias fazendas sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentas jumentas. Tinha muitos servos e servas. Era homem sincero, reto, temente a Deus e se desviava do mal. Tinha sete filhos e três filhas. Homem muito importante em sua cidade e no meio de sua parentela.
 
Jó perdeu todos os bens
De repente, Jó foi à falência total. Veio o fracasso financeiro. Satanás lançou uma dúvida sobre o caráter de Jó, insinuando que ele servia ao Senhor porque era rico. Deus permitiu que Satanás tocasse nos bens de Jó. Veio o inimigo com grande fúria e, literalmente, arrasou com tudo que Jó possuía. Inclusive com seus filhos. Jó, em um dia, ficou reduzido a zero. Ficou pobre, paupérrimo.

É terrível perder todos os bens. Alguns, numa situação de perda, vão à loucura; outros se afundam nos vícios, quantos que põem fim à vida. Jó não fez nada disso. Ao invés, levantou-se, rasgou os vestidos, raspou a cabeça, prostrou-se com o rosto em terra e adorou a Deus, dizendo: “...o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor, Jó 1: 21.

Jó perdeu a saúde
era saudável, um homem forte. Mas Satanás não ficou convencido da fidelidade de Jó. Veio com maior fúria ainda e feriu a Jó de uma chaga maligna desde a planta do ao alto da cabeça. Jó foi acometido de uma furunculose pustulenta e maligna. Assentou-se na cinza e, com a cabeça raspada, roupas rasgadas, tomou um caco de telha para raspar as feridas pustulentas. Ficou reduzido a pele e osso.
     Jó perdeu a esposa e amigos
Agora mergulhado na tríplice situação de pobreza, enfermidade e abandono, Jó vai conversar com sua querida esposa. Mas aquela que devia ser a ajudadora idônea e estar a seu lado na hora da saúde, na hora da doença e pobreza, dá-lhe uma palavra altamente negativa. Diz: Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus, e morre”.
 
É verdade que muitas pessoas, numa situação como a vivida por Jó, fazem assim mesmo. Amaldiçoando a Deus, dão um tiro no ouvido. Mas Jó responde à sua mulher: Como fala qualquer doida, assim falas tu. Receberemos o bem de Deus e não receberemos o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” Nesta altura sua esposa o deixou à sua sorte. Os seus servos sumiram. Os parentes o abandonaram, os conhecidos o esqueceram, os domésticos desapareceram, Jó 18: 14 e 15.

   
       
Jó lamentou os acontecimentos
Fracasso financeiro. Fracasso na saúde. Fracasso no casamento. Fracasso nas amizades. Jó estava reduzido a pele e osso, assentado na cinza, roupas rasgadas. Todos o abandonam. Nessa situação de pobreza e miséria, ele levanta a sua voz e diz: “Pereça o dia em que nasci, e a noite em que se disse, foi concebido um homem. Converta-se aquele dia em trevas.

 Contaminem-no as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens, negros vapores do dia o espantem. Ah! que solitária seja aquela noite e suave música não entre nela. Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia. Por que não morri desde a madre? E em saindo do ventre não expirei?”  

Jó vai lamentando a sua sorte em todo o capítulo três do seu livro. Nessa situação de desespero, ele quase num grito de dor levanta a sua voz e diz:QUEM QUE ME A MÃO”. Ninguém lhe estendeu a mão. Os bens se foram, os filhos morreram, perdeu a saúde por completo, a esposa o abandonou, os parentes o deixaram, os servos e servas sumiram. Ninguém lhe estendeu a mão amiga. Que situação!

            
Jó e os amigos! Que amigos!

    
Nos
dias mais agudos de abandono e dor, vieram os seus amigos. Assentaram-se com ele sete dias e sete noites. Mas nenhum deles lhe dizia palavra alguma, porque todos viam que a dor era muito grande, 2: 13. Quando abriram a boca, foi para falar bobagens. Começaram a criticá-lo, acusá-lo, querendo que Jó confessasse o seu pecado. Acusaram-no de pecador. Repreenderam Jó, exortaram-no, discutiram com ele; não respeitaram a sua dor

Isso acontece muito hoje. Quando alguém está enfermo, recebe uma visita e, muitas vezes, o visitante sabe criticar e falar bobagens, ao invés de levar uma palavra de conforto. Jó chama os seus amigos de “consoladores molestos”, 16: 1. Os meus amigos zombam de mim. Porventura não estão zombadores comigo?, 17: 2. Os amigos se revelaram verdadeiros “amigos da onça”.
Ah! Quantos amigos falsos, hipócritas que machucam ainda mais as suas feridas! Jó não entendia aquela situação. Ele sabia que não estava em pecado. Ele diz no capítulo 31: “Pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade”. Ele faz a sua defesa com veemência.

     
Jó e a sua fé
Ele perdeu tudo: bens, filhos, esposa, amigos, parentes, saúde. Mas não perdeu a sua . A era o seu bem maior. em um Deus poderoso, aleluia. Ele diz: Ainda que Ele [o Senhor] me mate, nEle esperarei”, 13: 15. Diz mais:  

Porque eu sei que o meu redentor vive e que por fim se levantará sobre a terra. Depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus, 19: 25 e 26. Jó possuía uma viva. Em sua dor, sua não vacilou. Permaneceu firme como o monte de Sião que não se abala, mas permanece, em meio às tempestades da vida.

   
        
Quem deu a mão a Jó
não encontrou ninguém para lhe dar a mão. Contudo, no céu achou a bondosa mão de Deus, estendida para abençoar. Deus lhe estendera a mão. Mesmo que todos os homens falhem, Deus jamais falhará. Você pode vir a perder tudo, mas nunca perca sua . Ela vai mover o braço de Deus em seu favor. Jó não perdeu a ; por isso, Deus virou seu cativeiro

Ninguém lhe deu a mão amiga na pobreza, na miséria, na enfermidade, na dor. Sentiu o abandono dos amigos, da esposa, dos parentes, etc. Mas, naquela situação ainda encontrou forças para orar pelos seus falsos amigos

Na reunião de oração, Deus virou o seu cativeiro. Tirou-lhe o opróbrio, curou as suas feridas, tirou a sua dor e lhe devolveu a riqueza, tudo em dobro em relação ao que tivera anteriormente, 42: 10-17. Deu-lhe filhos e filhas. 

  Suas três filhas eram as mais belas em todo o oriente. Os amigos apareceram, os parentes voltaram. Passou a tempestade, veio a bonança. Jó morreu em boa velhice, velho e farto de dias, com cento e quarenta anos. Viu os filhos de seus filhos até a quarta geração.

  
       
 
O Deus de Jó é o nosso Deus
Nós também estávamos em uma situação nada melhor do que a de Jó em sua humilhação. Abandonados, pobres, perdidos, enfermados pelo poder do pecado. Mas Deus, em Cristo, estendeu a mão para nós. Por seu grande amor, Deus entregou seu filho Jesus para estender seus braços na cruz, a fim de que, num abraço eterno, pudesse alcançar, salvar e depois receber a todos os que estavam desviados dos caminhos do Senhor

O homem não ficou abandonado à mercê de Satanás, mas Deus estendeu a sua MÃO AMIGA para todos nós, e fomos salvos. Somos herdeiros de uma riqueza maior que a de Jó. Somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. E, por sua graça e favor, viveremos eternamente em sua presença na eternidade.

   
      
  A Igreja é a mão amiga de Deus
Nós, o povo de Deus, a Igreja de Deus; nós os salvos por Jesus, os que cremos. sim, meu querido leitor, somos o Corpo de Cristo na terra. Somos a mão amiga de Deus. Quantas pessoas precisam da mão amiga da Igreja. Quantos que, sendo nossos irmãos amados, convivem conosco e estão precisando de nosso apoio e ajuda.

São pessoas enfermas, pessoas que estão vivendo os dramas de uma sociedade injusta, o drama da pobreza; pessoas carentes que precisam de uma palavra amiga, de conforto espiritual e até de apoio e sustento material. Isaías profetizara: “o Senhor Jeová me deu uma língua erudita (sábia) para que eu saiba dizer uma boa palavra ao que está cansado, Is 50: 4.

O salvo tem uma boa palavra para dizer, a seu tempo, aos enfermos, aos cansados, aos necessitados, etc. O salvo não deve criticar, fofocar, maldizer, condenar o irmão carente. Nossa missão, como discípulos de Jesus, é ajudar, confortar, etc.

Além de nossos próprios irmãos na que necessitam de apoio e solidariedade, há milhares de almas que precisam de Jesus. Quantas pessoas precisam da nossa ajuda. Pessoas viciadas, drogadas, endemoninhadas, encarceradas pelo pecado. Vivemos rodeados de pessoas que precisam de uma palavra amiga, pessoas enfermas que precisam de oração de cura

A Igreja tem esta missão de abençoar as pessoas. Nossas mãos são santas e abençoadoras e recebemos de Deus o poder para impor as mãos sobre doentes e curá-los. Quem que me a mão?” sim, a mão da Igreja de Jesus. Não basta apenas compadecer, é preciso servir, ser útil. Não faça como alguns personagens da parábola do bom samaritano, que viram o problema e passaram de lado.


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