O nome Jonas significa “pomba”. Nasceu em Gate-Hefer, perto
de Nazaré. Portanto, Jonas era galileu, bem como Naum, Malaquias e Jesus. Profetizou no
Reino do Norte durante a época
de Jeroboão II, rei de Israel, no séc. VIII a.C.
Predisse a expansão territorial conseguida
por esse soberano, 2Rs 14: 25-27.
A historicidade do livro de Jonas se comprova
com 2Rs 14: 25 e pela
referência a Jonas feita
pelo próprio Jesus em Mt 12: 39-41.
Pelas características, o
livro é de autoria do próprio Jonas que, à semelhança de Moisés, relata
os
acontecimentos com minúcias, procurando
a glória de Deus e não a sua. Seu livro difere
consideravelmente dos outros livros proféticos
do A.T., visto que é inteiramente
composto
de narrativa.
Jonas foi
chamado para pregar a Palavra de Deus em Nínive. Mas, a princípio fugiu. A fuga de Jonas
não é diferente da atitude de muitos hoje. Israel tinha se afastado muito de seu chamado
missionário original, pois deveria estar sendo
uma luz de redenção para os povos, Gn
12: 1-3;
Is 49: 6. Este livro é um sério apelo para a ação evangelística e
missionária da Igreja, que foi chamada para proclamar a palavra.
I - O MUNDO CLAMA POR PROFETAS, 1: 1-2: 10
Nossa cidade,
nosso país e o mundo clamam por pessoas que estejam dispostas a anunciar a Palavra e Deus
quer levantar pregadores. Foi isso que ocorreu com Jonas.
a) O
chamado - 1: 1-2 -
O livro começa com um veemente chamado a Jonas e uma clara ordem
para levar a Palavra à cidade de Nínive: “Levanta-te”. Nínive era uma grande
cidade, capital da Assíria, às margens do rio Tigre, com uma população de mais de 120
mil pessoas, Jn 4: 11, conhecida pela sua corrupção, 1: 2.
O que
desagradou o Deus de toda terra foi a “malícia que subiu” até Ele, 1: 2. Essa
maldade incluía a idolatria e a extrema
brutalidade contra prisioneiros de guerra além de forte imoralidade.
b) Um missionário
desobediente, 1: 3 - Desobedecendo ao chamado, em vez de ir a Nínive, Jonas fugiu em direção a Társis. Como pode um
homem imaginar poder escapulir dos planos do Senhor que tudo vê? Hb 4: 13.
c)
Consequências da desobediência, 1: 4-17 -
Obviamente a atitude de Jonas não
ficaria sem retribuição: Causou pavor e
desespero aos marinheiros, 1: 4-11; provocou uma situação suicida, 1: 12-16; e ainda
produziu o estranho acontecimento do grande peixe, 1: 17.
d) O
clamor durante a calamidade, 2: 1-9 -
A eficácia da oração tem sido
comprovada nas mais diversas situações e Deus tem respondido a homens e mulheres que
têm clamado dos mais variados lugares na face da terra, mesmo dentro do “ventre de
um peixe”’, 2: 1.
Deus
miraculosamente manteve Jonas vivo por três dias no estômago do peixe. Por ser um fato
verídico Jesus, usou o incidente do peixe que engoliu Jonas para ilustrar sua própria morte, sepultamento e ressurreição, Mt 12:
39-41.
e) O
arrependimento de Jonas, 2: 10 -
Jonas viu que estava fazendo tudo errado, v. 9.
Arrependeu-se, percebeu que agia como um idólatra (ou ateu) e retomou o caminho da
obediência, 1Sm 15: 23.
II - UM MUNDO CLAMANDO POR MISSÕES
A segunda
parte do livro mostra um novo Jonas, arrependido e disposto a cumprir o mandado
missionário.
a) O novo
chamado, 3: 1-2 -
Pela segunda vez o Senhor diz a Jonas “levanta-te”. Ele
estava na praia, por certo ainda meio confuso com tudo que ocorrera, mas percebendo que
não adianta fugir da obrigação de entregar mensagens duras. Os pregadores do Evangelho
são semelhantemente convocados a proclamar todo o conselho de Deus, At 20: 27;
2Tm 4:
2.
Devem pregar tanto a misericórdia quanto
a ira de Deus; ou seja, o perdão e a condenação. Devem pregar de tal forma que as
pessoas se voltem de seus pecados.
b) O
missionário obediente, 3: 3-4 -
Nínive era importante por abrigar mais de 120 mil
almas; essa era a preocupação e o seu valor para Deus, 4: 11. A submissão de Jonas pode
ser vista por expressões significativas, tais como:
“Levantou-se, ... e foi” , 3: 3; “começou Jonas a percorrer a
cidade... e pregava”, 3: 4.
c)
Consequências da obediência, 3: 5-10 -
A pregação de Jonas produziu
resultados e os moradores de Nínive arrependeram-se de seus pecados. Houve, por um certo
período, um retorno ao monoteísmo.
Nessa fase
aconteceram duas grandes pragas, nos anos 765 e 759 a.C., e um eclipse solar, em 763 a.C.
Esses acontecimentos podem ter sido interpretados como sinais de julgamento divino e,
portanto, preparado a cidade para receber a mensagem profética de Jonas. Como expressão
visível de seu verdadeiro arrependimento, “eles jejuaram, vestiram-se de pano de
saco”, 3: 5.
d) Lição
e censura a Jonas, 4: 4-11 -
Quando Deus agiu, salvando ninivitas, Jonas ficou
contrariado, v. 8, porque pensou na segurança política de Israel. É como se o pregador
colocasse seus interesses pessoais à frente dos interesses do reino de Deus. Foi preciso
que Deus o levasse a sentir o valor de uma alma.
Se Jonas creu ser razoável irar-se por
uma planta com a qual não contribuiu em nada para sua existência, como não dar lado
para compreender o tão grande e poderoso amor de um Deus-Criador, que fízera com carinho
e doçura cada criatura que estava naquela metrópole?
e) Deus
expressa seu amor por Nínive:
1) O amor do
Criador por seus filhos,
embora tenham eles vivido em pecado e rebelião contra suas Leis,
vai além de qualquer amor ou sentimento humano, Rm 5: 8.
2) O amor de
Deus pela humanidade estende-se para além de qualquer fronteira, até às pessoas
perdidas em qualquer lugar. Esta verdade foi plenamente vista: a) quando Deus enviou seu Filho Jesus para morrer
por todas as pessoas, Jo 3: 16; e b) quando Jesus enviou os discípulos a todo o mundo
para pregar o Evangelho e fazer discípulos de todas as nações, Mt 28: 18-20.
A vocação da igreja é
missionária.
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