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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Pedro, um pastor provado e aprovado por Jesus




Amas-me? 
- Tu sabes que te amo.
- Apascenta as minhas ovelhas
Há na Bíblia uma série de textos que nos levam a refletir sobre a sublime vocação ministerial e a missão de um pastor frente ao rebanho de Deus.

Ser pastor é um privilégio indiscutível e que muitos desejam, afirma o apóstolo Paulo: “Se alguém aspira ao episcopado (pastorado), excelente obra deseja”, 1Tm 3:

1. No entanto, a prerrogativa de escolha pertence a Deus, ou seja, é Ele quem separa, chama e capacita pessoas para o ministério pastoral. É mérito divino escolher homens e/ou mulheres para uma obra específica. Ninguém se autoescolhe para o ministério pastoral.

  
Pedro é o tipo de pastor que precisou passar pelo crivo da avaliação divina para que, depois de aprovado, pudesse apascentar o rebanho (a igreja) de Jesus.

Talvez a pergunta mais difícil que, em toda a sua vida, precisou responder foi a respeito de suas convicções sobre o amor a Jesus: Amas-me? Por três vezes Jesus fez a mesma pergunta e por três vezes Pedro respondeu: “Senhor, tu sabes que te amo”, João 21: 15-17.

Está evidente no diálogo entre Jesus e Pedro, que a base fundamental para pastorear ou apascentar um rebanho é um coração apaixonado por Jesus.

Pedro compreendeu isto, depois que provou por três vezes que o seu amor por Jesus não era imaginário e momentâneo, mas legítimo, consciente e pessoal. Aprendeu que o amor a Jesus era o requisito eclesiástico-teológico mais relevante de sua vida ministerial.

Amas-me? Esta é uma pergunta que Jesus faz a todos os cristãos. Devemos estar cônscios de que para servir ao Senhor é necessário, acima de qualquer ato ou bem neste mundo, amá-lo de coração.

Em se tratando do pastor, especificamente, que é visto por todos como exemplo do rebanho, amar a Jesus é a maior garantia de que se está preparado para apascentar suas ovelhas - a igreja.

Partindo desse pressuposto, a propósito do dia do pastor, o 2º domingo de junho, gostaria de convidar os amados colegas de ministério e os leitores deste Jornal para analisarmos, de maneira prática, as três perguntas que Jesus fez a Pedro, bem como as três respostas dadas por ele a Jesus.

Perceberemos que se trata de perguntas e respostas que caracterizam um teste de aprovação ministerial, que nos leva a refletir sobre o valor e a responsabilidade de apascentamento do rebanho do Senhor.
 
Teste 1: Amas-me?
Na primeira vez em que Jesus indaga a Pedro, v. 15, percebe-se que está em discussão a questão do amor de devoção ou amor sem interesses, ou seja, Jesus queria saber se ele o amava com a mente (inteligência) e com o coração (emoção).

Isto se explica pela força da origem da palavra amor (agapao/phileo), que aparece no verso 15: “Amas-me mais do que estes?” Pedro, sem vacilar responde: “Senhor, tu sabes que te amo”. Pedro é, a princípio, aprovado: “Apascenta os meus cordeiros”.

Quando Jesus pergunta se Pedro o amava mais do que “estes”, ele poderia estar se referindo à profissão e à vida secular deste discípulo, ou ao amor com que os outros discípulos o amavam.

Verdade é que Jesus queria saber se o amor que estava no seu coração era superior a todas as demais coisas.  Pedro precisava provar que o seu amor por Jesus era inigualável e superior a tudo. Isto o capacitaria para o grande ministério que Deus tinha a realizar em sua vida mais tarde, 1 Pe 1: 1.

Uma das lições que se tira desta conversa é a compreensão de que o pastorado é, sem sombra de dúvida, uma questão de sincera e constante devoção, isto é, é preciso apego, compaixão e amor ao ministério.

É bom lembrar que Jesus estava pondo à prova a capacidade de Pedro em amá-lo em comparação a tudo nesta vida (dinheiro, bens, status, posição, etc.). Jesus tinha de ocupar o lugar máximo em seus projetos e objetivos. Era o Reino de Deus que estava sendo aclamado como prioridade, Mt 6: 33.

Teste 2: Amas-me?
Nesta segunda etapa do diálogo entre Jesus e Pedro, o que se vê é uma reiteração do que se passou no primeiro momento, v. 15, e que, não sabendo Pedro, seria o mesmo assunto da terceira pergunta, v.

17. Segundo os estudiosos, a insistência ou a repetição do “amas-me” se dá pelo fato de que Pedro tenha, enfaticamente, negado a Jesus três vezes, por ocasião do julgamento, Mt 26: 75. À semelhança da primeira resposta, Pedro profere com sinceridade estas palavras: “Tu sabes que te amo”, v. 16.

Interessante que, ainda, continua em discussão o amor desprendido de interesses pessoais ou humanos. Jesus insistia no amor de devoção à sua pessoa e obra.

Ele não desistiu de inquirir o coração de Pedro com a mesma pergunta: Amas-me? Nesse momento, pode-se ver que Pedro aparece mais submisso do que em qualquer outro momento. Agora não é mais aquele homem ostensivo e arrogante, como em outras ocasiões, Mt 26: 21-35.

Diante da experiência de Pedro, seria bom que cada um de nós meditasse na relevância do chamado ministerial. Deus não chama ninguém por acaso, nem tampouco para satisfazer o ego de alguém. Por outro lado, precisamos estar conscientes de que o ministério é algo sublime e está acima de qualquer posição ou bem.

O homem ou a mulher de Deus não deve barganhar o ministério por nada neste mundo. Muitos já perderam de vista o amor a Jesus e à sua obra, que é o elo de sustentação em meio aos constantes desafios no pastorado. Jesus chamou você, meu irmão, para ser pastor de ovelhas!


Teste 3: Amas-me?
O discurso de Jesus parecia ser redundante. Pela terceira vez pergunta a Pedro a mesma coisa: amas-me? Se fosse antes da morte de Jesus, talvez Pedro respondesse assim: Senhor, eu não já falei que te amo? O Senhor já me perguntou isso duas vezes e eu já disse que te amo!

Mas, muito pelo contrário, Pedro entristeceu-se por Jesus ter dito pela terceira vez: Tu me amas? Sua convicção bíblico-teológica estava sendo duramente provada ou testada. Com profunda tristeza no coração, expressa pela última vez: “Tu sabes que te amo, Senhor”, v. 17.

É bom lembrarmos que a metodologia de Jesus, desde o início de sua conversa com Pedro, estava marcada por esta indagação: amas-me? O Mestre não se prendeu ao luxo em usar palavras bonitas, eloquentes e poéticas.

Durante o tempo em que esteve na terra, pregando o evangelho, sua filosofia ministerial sempre esteve embasada no amor. A insistência de Jesus serviu para testar a fé, o amor, a perseverança e as convicções desse discípulo para que, mais tarde, seu ministério fosse consolidado e profícuo.

Jesus estava ensinando que, se Pedro não o amasse acima de qualquer coisa, jamais estaria apto para pastorear seu rebanho. Talvez este tenha sido um princípio já esquecido por muitos. Não tenho dúvidas de que o que verdadeiramente encoraja e leva um pastor a se desgastar e trabalhar na obra do Senhor não é a recompensa do dinheiro e dos bens materiais, mas o amor por Jesus e ao  seu rebanho, a paixão pelos pecadores perdidos e a certeza de que a obra é de Deus e dele vem a nossa recompensa.

Concluindo, percebemos que o teste a que Pedro foi submetido era composto por três perguntas apenas. Interessante que as perguntas e, consequentemente, as três respostas foram sempre iguais: Amas-me? Tu sabes que te amo! Apascenta as minhas ovelhas.

Com isso, aprendemos que o requisito essencial para o sucesso no ofício pastoral, segundo a teologia de Jesus, será sempre este: primeiro: amar a Jesus; segundo: amar a Jesus; terceiro: amar a Jesus. Exatamente por isso que Pedro foi bem-sucedido em seu ministério e reconhecido mundialmente como o verdadeiro APÓSTOLO do Senhor. 


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